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CARTA ABERTA DO PET-DIREITO AOS ESTUDANTES

A retórica, mero artifício de oratória, destinada a convencer-nos da veracidade de seu discurso, serve em geral a algum inconfesso interesse particular de poder. Uma das técnicas mais eficazes de convencimento é a utilização de significantes ou suportes linguísticos vazios, que não correspondem a um significado claro, preciso, operando como uma simulação retórica sustentada por uma crença ou mito.

“Ideológico” é o rótulo que se cola sobre aquilo que não se sabe explicar. Certos grupos e atores na universidade sustentam o seu lugar de fala a partir da deslegitimação sumária do lugar de fala de outrem imputando o estigma “ideológico”.

Nada agrega mais as pessoas do que o sentimento de medo, e o medo do “ideológico” é o mote daqueles que querem acusar o PET sem ter qualquer evidência para isso – não à toa o fetichismo pelo debate exclusivamente retórico.

Reconhecendo o vazio conceitual em que se funda a utilização do termo “ideologia” pela CHAPA 1 – UNINDO VOZES – que pode ser provocado pelo medo ou pela construção de um imaginário dissimulado, o histórico do PET prova o contrário.

A concessão de bolsas do Programa é realizada por meio de edital público, com indicação de leitura e requisitos de aprovação claros. Do mesmo modo, a fase de entrevista pela qual o candidato deve passar é composta por três professores, dois dos quais externos ao Programa. Pergunta-se, que outros grupos de pesquisa do CCJ possuem critérios claros e divulgação pública da disponibilidade de bolsas e participação externa de professores para a escolha de seus bolsistas? Por que a estes mesmos grupos não é atribuída a alcunha de “ideológicos”?

A Revista Discenso, desde o ano 2009, volta-se exclusivamente à produção acadêmica da graduação. Entendendo a escassez de meios de publicação autônomos, o PET orgulha-se em preterir a qualificação da Revista (segundo critérios que obrigam o estudante a escrever em coautoria com professores com titulação) a manter um meio exclusivamente dedicado à graduação. O edital da Revista, portanto, exclui a possibilidade de publicação de artigos de mestres e doutores. Os grupos políticos envolvidos teriam a mesma coragem e comprometimento na criação de um meio de publicação voltado exclusivamente à autonomia e liberdade dos acadêmicos da graduação?

O que pretende a CHAPA 1 – UNINDO VOZES – ao deslegitimar até então o único meio de publicação acadêmica da graduação em Direito da UFSC? Procura ardilosamente alavancar sua proposta de Revista Acadêmica, calcando-se não no trabalho sério de valorização de seus instrumentos, mas na deslegitimação do trabalho realizado pelo PET há seis anos? Que representatividade estudantil é esta que tanto invoca, mas que na primeira oportunidade solapa iniciativas estudantis como as do PET? Por que a CHAPA 1 não abre espaço à discussão sobre os projeto e moldes de sua proposta de Revista Acadêmica, mas ataca frontalmente uma Revista de iniciativa estudantil do PET?

Qualquer pesquisa – caso os integrantes da CHAPA 1 – UNINDO VOZES – não saibam ou o finjam não saber – é fundada na escolha de uma orientação teórica. O PET vem trilhando o caminho da orientação crítica de suas pesquisas (fundada em marcos teóricos distintos, conforme a preferência de seus pesquisadores). Essas escolhas são todas de iniciativa estudantil e há de se lembrar de que sua tutora não interfere na orientação escolhida pelos próprios estudantes, bem como não se utiliza da Revista Discenso ou dos próprios bolsistas do Programa para elaboração fácil de artigos em coautoria.

O grupo político que não defender a plena autonomia dos grupos de pesquisa, sua liberdade de criação, produção e orientação teóricas estará não só acabando com o espírito da Academia e da pesquisa, como também não estará representando os estudantes.

O PET não se exime de qualquer crítica no campo da teoria ou mesmo da função da pesquisa. Mas não aceita patrulhamento com base em significantes ou suportes linguísticos vazios.

O medo que funda e cria o espaço vazio da retórica é o sintoma social da incapacidade de pensar. “Prelúdio do arbítrio”, que se expressa em acusações como as imputadas ao PET-Direito.

Florianópolis, 30 de junho de 2014.

Nota do PET-Direito sobre as eleições de Centro

Diante das repetidas menções ao PET-Direito e à sua tutora, Prof.ª Jeanine Nicolazzi Philippi, realizadas pela Chapa 1 “Repensando o CCJ” no debate à Direção do Centro de Ciências Jurídicas, entendemos, enquanto instituição, serem necessários alguns esclarecimentos.

Em primeiro lugar, cabe pontuar que o Programa de Educação Tutorial não manifestou qualquer apoio a nenhuma das chapas que concorrem ao pleito e que, portanto, a recorrente alusão ao Programa pela chapa 1 tem se expressado numa tentativa de vinculação do PET à campanha de tal chapa.

As constantes menções ao PET, realizadas pela Chapa 1, foram feitas com o intuito de promover o trabalho realizado pelo Prof. Luis Carlos Cancellier de Olivo enquanto coordenador do PDI, projeto vinculado à Fundação José Artur Boiteux, cuja finalidade é, como bem aponta seu nome, promover o desenvolvimento institucional – objetivo este da fundação como um todo. Desta forma, aproveitando-se do apoio financeiro da FUNJAB e do PDI aos projetos do PET, como os cursos de línguas e de redação jurídica, além dos seminários anuais o referido professor requer mérito naquilo que é sua obrigação: cumprir com as funções relativas ao cargo que ocupa.

Observa-se, portanto, que a FUNJAB, tanto quanto o PDI, tem servido como plataforma de campanha dos candidatos da Chapa 1, que se utilizam desses instrumentos comunspara construir seu projeto político individual.

O oportunismo propiciado pela situação que é aqui exposta demonstra algumas feições da campanha que vem sendo promovida pela Chapa 1. E entendemos que isto vai além de um “mero descuido” dos candidatos daquela chapa, o que se evidencia é justamente a forma de fazer política adotada por uma certa parcela atuante no Centro Ciências Jurídicas.

Vale ainda ressaltar que a Prof.ª Vera, que encabeça a outra chapa e esteve também presente no debate, foi tutora do PET por anos a fio e muitos dos projetos ora em curso no Programa são frutos de sua atuação. A candidata da chapa 2, porém, diferentemente do Prof. Cancellier, em nenhum momento do debate se utilizou de sua atuação no PET como forma de legitimação, ainda que para isso motivos não lhe faltassem, evitando assim que tais projetos e eventos fossem reduzidos a meras plataformas eleitoreiras.

Deste modo, o PET vem a público repudiar o uso reiterado de seu nome nesta campanha, bem como denunciar a política evidentemente personalista da Chapa Repensando o CCJ. A utilização de projetos alheios como plataforma de campanha está muito distante daquilo que se espera de um gestor público.

PET- Direito- UFSC   

Moção de apoio do PET Direito UFPR ao Centro Acadêmico XI de Fevereiro e ao PET Direito UFSC

Moção de Apoio ao Centro Acadêmico XI de Fevereiro e ao PET Direito UFSC

PET Direito UFPR

Os espaços de deliberação estudantil estão cada vez mais esvaziados; as salas de aula superlotadas parecem englobar a lógica do espetáculo, transformando estudantes em espectadores; raros são os incentivos não meramente retóricos à pesquisa… E, se nos mantivéssemos numa argumentação linear, descreveríamos um diagnóstico extenso sobre a displicência quanto ao aperfeiçoamento (ou mesmo a mera manutenção) do ensino.

Esta Moção representa o apoio do grupo PET Direito UFPR aos estudantes do PET Direito UFSC e do Centro Acadêmico XI de Fevereiro diante das acusações divulgadas e subscritas por Reinaldo Azevedo. Sabe-se que o texto compartilhado no blog da Veja foi redigido por um estudante anônimo da UFSC. Não é de nosso interesse nos ater à questão do anonimato, muito embora a detecção do sujeito da enunciação seja relevante para fomentar o debate acadêmico franco, público e que garanta o direito de resposta reprimido, além da responsabilização (ética e jurídica) pelas ofensas propaladas.

Há, concomitantemente tangenciando e ultrapassando o sujeito da enunciação, o sujeito do enunciado. Esse é o sujeito emancipado que, uma vez proferido o discurso, independe do indivíduo físico que efetivamente redigiu a carta, trata-se de um sujeito imanente à interpretação dessas ignóbeis linhas. Portanto, pouca relevância tem a pessoa que emitiu o discurso, pois os preconceitos e sensos comuns ali inscritos ululam por si mesmos.

Reinaldo Azevedo, ao valer-se de um espaço público privilegiado, endossa a argumentação do enunciado, tornando-se ele próprio sujeito da enunciação e incorpora-se ao sujeito do enunciado, o que nos permite que a crítica valha para ambos e, mais além, valha para todos os enunciados que sustentem os mesmos argumentos esplêndidos em preconceitos.

Já não deveria mais ser segredo para ninguém o papel desempenhado pela Revista Veja; tudo por ela veiculado deveria ser imediatamente submetido ao rigor cartesiano da dúvida metódica: enquanto não se demonstre que os fatos divulgados são verídicos, tenhamos-lhes como falsos. Mimetizando-se de argumentos “liberais”, escamoteiam-se meras assertivas conservadoras que certamente envergonhariam um liberal coerente.

Reclamam liberdade de expressão valendo-se da imobilização hermenêutica do famoso aforismo de Voltaire: “Posso não concordar com nenhuma das palavras que você disser, mas defenderei até a morte o direito de você dizê-las”. É claro que os conservadores intérpretes dessa frase sequer se deram ao trabalho de ler o “Tratado sobre a tolerância”, caso contrário entenderiam que o filósofo reivindica a tolerância para com os oprimidos, contra os opressores. Tal apropriação néscia não levaria a outro caminho: os sujeitos desses enunciados reivindicam a liberdade de expressão para declarar que a professora “baba de raiva”, que os componentes do DCE são “vagabundos” e que os membros do Centro Acadêmico são “maconheiros”.

A estratégia de constituir uma barreira simbólica que impede o reconhecimento do outro como igual nada inova. São apenas expressões ruminantes da mesma estratégia de eliminação simbólica: a constituição de um estigma (vagabundos, maconheiros etc.) que visa ignorar as demandas do grupo rotulado, atribuindo muito “fanatismo” àquelas demandas; suspendendo-lhes o direito de fala, argui-se que eles nada têm a falar.

Nós, estudantes do PET Direito UFPR, reconhecemos todas as dificuldades que ensino, pesquisa e extensão sofrem na estrutura universitária e, também, o quanto tal situação se agrava na atual conjuntura de investimentos parcos. Reinaldo Azevedo e fac-símiles espalhados pelos centros universitários são sintomáticos dessa ideologia mal dita: a corrosão da cognoscibilidade crítica como condição de possibilidade para o avanço do ensino universitário técnico, que cada vez mais aproxima as universidades aos cursinhos para concursos; substitui-se a crítica pela repetição, algo que Warat – o eminente professor da UFSC – já esboçara imageticamente com o vocábulo “pinguinização”.

Se há um herdeiro do ensino crítico que Warat se esforçou para erigir na UFSC – e que atraía acadêmicos de todo Brasil – certamente é o PET Direito. São inegáveis os sinceros esforços do grupo PET na elaboração de conhecimentos e práticas críticos. O recente Seminário Direito e Neoliberalismo demonstra a organização de um evento realizado por estudantes capaz de apresentar até mesmo conferencistas internacionais, em torno de um tema muitas vezes negligenciado nas academias como se nos fosse irrelevante e em nada nos tocasse. Da mesma forma – para citar só duas e não nos alongarmos deveras –, mencionamos a Revista Discenso, uma das raríssimas oportunidades de estudantes publicarem seus trabalhos, suscitando debates profícuos, o que evita o isolamento acadêmico.

No mesmo ensejo, estendemos não menos nosso apoio ao Centro Acadêmico XI de Fevereiro, instituição de representação dos estudantes do curso de Direito. O atual projeto de avaliação de curso é digno de nota, certamente algo que traz ganhos inegáveis aos estudantes e que deveria ser institucionalizado em todos os cursos de todas as universidades. Ainda enfatizamos a Semana Acadêmica, construída para conjugar ensino, pesquisa e extensão, tendo painéis específicos sobre cada tema e uma Assembleia de estudantes, o que ressalta a preocupação com a democratização dos espaços de autonomia estudantil.

Se Reinaldo de Azevedo e todos os apoiadores oportunistas que aparecem nesses momentos são os representantes das medidas racionais, moderadas e razoáveis, nós nos orgulhamos de nos afastarmos de tal racionalidade. Em meio a tantos “realistas” de plantão, o privilégio da crítica é o delírio a que nos damos o direito.

Carta à comunidade acadêmica

Diálogo entre Jacques e Pangloss, o doutor caolho:

(…) Jaques não era dessa opinião.

– Está visto – dizia ele – que os homens corromperam um pouco a natureza, pois não nasceram lobos, e tornaram-se lobos. Deus não lhes deu nem canhões nem baionetas, e eles fabricaram baionetas e canhões para se aniquilarem. Eu poderia ainda levar em conta as falências, e a justiça, que se apodera dos bens dos falidos para ludibriar os credores.

– Tudo isso era indispensável – replicava o doutor caolho, – e os males particulares constituem o bem geral, de sorte que, quanto mais males particulares houver, tanto melhor irão as coisas.

Enquanto assim arrazoava, o céu escureceu, os ventos sopraram dos quatro cantos do mundo, e o navio foi assaltado pela mais tremenda tempestade, à vista do porto de Lisboa.

Extraído do Capítulo IV (De como Cândido encontrou o seu antigo mestre de filosofia, o doutor Pangloss, e do que sucedeu) de Cândido ou O Otimismo, de Voltaire.

O grupo PET Direito UFSC, a respeito da carta enviada a um dos mais famosos jornalistas da revista VEJA e recente comentador de questões universitárias, Reinaldo Azevedo, vem se manifestar em oposição àquilo que foi dito e exaltado por meio do anonimato.

A mensagem enviada pelo estudante de Direito de nossa faculdade comentava os últimos incidentes da Universidade de São Paulo. A mídia toda noticia: os estudantes da FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas) armaram-se de barricadas a fim de combater a entrada dos Policiais Militares no campus.

Deteve-se, em sua mensagem, em concordar com o posicionamento de tal revista. Veículo de comunicação famoso por sua falta de seriedade e pela postura panfletária e anti-democrática, a revista VEJA lança notas frequentes em repúdio à autonomia dos estudantes. Lembre-se do recente texto* lançado em repúdio à obrigatoriedade das disciplinas de Filosofia e Sociologia na rede pública de ensino. Isso reflete a ausência de qualquer engajamento de tal revista pela fomentação do pensamento crítico. O defendido por tal estudante não é coisa diferente. O PET Direito acredita na importância fundamental destas disciplinas na formação de qualquer estudante, independentemente de posição política. O curso de Direito não deve se restringir à leitura de leis e códigos; o Direito deve ser permeado pelas críticas trazidas por outras áreas de conhecimento.

Comprometido com a formação do pensamento crítico em nosso curso, o PET Direito quer promover um intenso debate sobre os temas que tocam a sociedade em que estamos inseridos. Acredita, sobretudo, na autonomia do estudante e na formação independente, especialmente quando se está a falar de um curso de caráter conservador e com forte viés reacionário. Em razão disto, ao contrário de propagar ideologias, espera-se desconstruí-las: a ideologia do capital, êxito do neoliberalismo, que nos veda a vista para as reais contradições deste sistema de ganhadores e perdedores. O grupo PET tem orgulho pelo reduzido espaço que ocupa na academia, resistente não somente àquilo que está posto gratuitamente, mas aos ataques constantes que sofre por seu posicionamento no meio acadêmico.

O resultado desse esforço é a organização dos Seminários “Direito e Ditadura” e “Direito e Neoliberalismo”, eventos gratuitos disponibilizados a toda comunidade, que trouxeram alunos das mais diversas regiões do país para a apresentação de trabalhos em ambiente discussão plural no qual, independentemente de ser aluno ou visitante, houve direito à fala. Também as mesas de apresentação de trabalhos acadêmicos acolhem qualquer pessoa que se interesse em levar seu descontentamento com o tema apresentado. O desejoso de pôr em questionamento as ideologias expostas pelo grupo, que se propõe militante, deve ter somente a coragem de se expor.

Contamos, ademais, com a publicação dos trabalhos de graduação que ultrapassam os limites da UFSC na revista Discenso. Seu propósito sempre foi o de expandir a produção científica dos alunos nesse âmbito, aparentemente esquecido nesta Universidade. Atualmente, o estudante de nosso curso de Direito possui veículo de publicação de suas idéias através do esforço do grupo PET em ir contra as forças ocultas da academia.

Este modelo de sociedade, como bem aponta Marilena Chauí, tem transformado aquilo que costumava ser tratado como direito em mercadoria, em prestação de serviços. A educação tem sido cada vez mais associada aos interesses de grupos privados. O espaço público diminui incessantemente; com a Universidade ocorre o mesmo.

O discurso corrente tem sido este: a famigerada esquerda que assola a toda gente preocupada com o futuro da Universidade. Esta crítica ao trabalho do grupo PET, exposta na revista Veja, a qual tem servido a interesses escusos e trabalhado para a manutenção do estado de coisas, parte de certa parcela dos operadores do Direito que se usa deste como instrumento para a regulação dos homens e para a desregulação da circulação da mercadoria, signo de nosso tempo. Esta parcela teve seus princípios “científicos” ultrajados pelo mero debate acadêmico! Ora, onde estão os iluminados princípios do século XVIII? Estes parecem ser os princípios de nosso tempo: o de ceifar de qualquer esclarecimento, ainda que em seu sentido mais liberal. Daí a importância de pensar o novo século e suas novas ideologias

Esta mensagem representa, pela universalidade de seu anonimato, os interesses de alguma parcela do curso de Direito da Universidade Federal de Santa Catarina. Em se tratando de democracia, tão aclamada nos corredores desta instituição, é de se pensar que mesmo os ideais liberais de eleições democráticas e de liberdade de expressão estão esvaziados de qualquer sentido. Onde está a tão exigida tolerância nas linhas raivosas do texto enviado à revista Veja? Vê-se, nestas circunstâncias em que se insurge a “oposição”, que lhe falta embasamento para justificar seus próprios fins, já que seu discurso foi de todo vazio. A consciência que sustenta é a consciência de sua classe, livre de qualquer compromisso com a materialidade dos fatos sociais ou, como prefere acreditar, livre de fantasias ideológicas.

Quer-se dizer: aquilo que foi dito sob a proteção do anonimato corresponde a tão somente a posição de Pangloss, no conto Cândido ou O Otimismo, de Voltaire: está-se no melhor dos mundos possíveis. O combate às ditas ideologias não passa de um otimismo, senso comum em nosso curso, provocado pelo conforto proporcionado pela manutenção da aparência de naturalidade deste nosso sistema de desigualdades espúrio.

PET – Direito UFSC

* “Ideologia na Cartilha” (revista Veja), sobre as disciplinas obrigatórias de Filosofia e Sociologia no ensino médio: http://veja.abril.com.br/310310/ideologia-cartilha-p-116.shtml